INTERCESÃO AMAZÔNIA Nº 3

Cenários Possíveis da Amazônia
Um estudo sobre o desmatamento na Amazônia, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais traça dois cenários para o futuro da Amazônia em 2050. No primeiro, em que tudo fica como está (“business as usual”) em termos de ocupação e um outro com a intervenção do governo (governança, como são denominadas as boas práticas de políticas públicas com participação social. No primeiro cenário a floresta sofre uma redução assombrosa de 5,4 milhões de quilômetros quadrados para 3,2 milhões em nove Estados. No cenário alternativo, que ainda assim prevê uma o desmatamento poderia cair em, pelo menos, 1 milhão de quilômetros quadrados com medidas efetivas de proteção o que, hoje, não ocorre, pois, o desmatamento, em 2003 e 2004, são compatíveis com o pior cenário possível. O artigo vai ser publicado na conceituada revista Nature, por ser o mais detalhado existente, porém, para quem se interessa, está disponível na Internet no endereço www.csr.ufmg.br/simazonia.
Reflexos da Gripe Aviária
É o efeito dómino da gripe aviária. Diminuem as exportações e os produtores se voltam para o mercado interno aumentando a competição e afetando as empresas mais frágeis que, em geral, são de regiões, como a Amazônia, com menor capacidade competitiva. Segundo o presidente da Associação Paraense de Avicultura- Apav, Mauro Kawachi, os avicultores do Pará deixarão de produzir 560 mil frangos, entre vivos e abatidos, com uma redução de 20% na incubação de ovos férteis, em abril, e aguardam até maio para analisar o comportamento do mercado interno e decidir pelas demissões no setor. O segmento emprega, com 35 avicultores e mais de 3 mil empregos diretos e 7 mil indiretos, amarga uma redução de 30 a 40% do mercado local em pouco mais de um mês. A produção paraense de 2,8 milhões de animais por mês tende a cair por parte estar ficando encalhada nos supermercados, granjas e abatedouros, duramente atingida pela invasão de frango congelado de São Paulo, Paraná e Goiás. O quilo ave de fora chega às prateleiras dos supermercados com significativa de preço, para o consumidor entre R$ 1,59 e R$ 1,97 o quilo, enquanto o paraense é comercializado a R$ 3,17, em média. O frango de outros Estados dobrou sua participação no atendimento da demanda do Estado. Os municípios de Santa Izabel, que congrega o maior pólo de aves do Estado, Santo Antônio do Tauá, Castanhal, Belém, Ananindeua, Benevides, Paragominas, Ulianópolis, Igarapé-Açu e Bragança serão afetados pela demissão que se anuncia se o panorama não mudar.
Lá Avança...
O gás natural vindo da Bolívia por meio de gasoduto já está em fase final de implantação em Mato Grosso consolidando mais o processo de integração sul-americana que só pode avançar com a interligação viária e a consolidação das trocas comerciais de produtos. O Estado do Mato Grosso, porta tal razão, vai comprar gás boliviano e se aproximar dos Departamentos de Santa Cruz de la Sierra, Cochabama, La Paz e Oruro, na Bolívia, e dos governos de Puno, Arequipa, Moquegua e Táca (Sul do Peru) e Arica e Iquique, no Norte do Chile. Para Serafim de Carvalho Melo, especialista no tema, é indispensável “Promover o comércio intra regional. A saída para o Pacífico é uma conseqüência natural da consolidação deste intercâmbio”, lembra ele, que é autor do livro “Mato Grosso no Centro-Oeste Sul-americano”. O certo é que lá as negociações para integração andam e o gás boliviano será comercializado nos próximos noventa dias.

Aqui Dança....
No Estado de Rondônia, em compensação, sobram palavras e falta ação. Basta verificar que o Gasoduto de Urucu está estacionado nos problemas ambientais já se perdeu até as contas dos anos. O gás da Bilívia que também poderia ser aproveitado, apesar das movimentações de lideranças bolivianas com esta finalidade, morreu no completo desinteresse. E a Saída para o Pacífico? Esta é um ótimo tema para os discursos do deputado Miguel de Souza. Ações concretas visando a integração são desconhecidas. Ou seja, aqui tudo dança...valsa, quando dança, mas o normal é ficar parado.
ENCOMEX Porto Velho
O Encontro de Comércio Exterior – ENCOMEX consiste em projeto desenvolvido pela Secretaria de Comércio Exterior – SECEX do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, com o apoio da Agência de Promoção de Exportações do Brasil – Apex-Brasil, para estimular a maior participação do empresariado brasileiro, em particular do micro e pequeno, no comércio internacional, levando informações sobre sua estrutura, do funcionamento, regras básicas do intercâmbio comercial brasileiro, mecanismos de apoio à exportação e oportunidades de negócios com o exterior, contribuindo para melhorar a cultura exportadora. O ENCOMEX é realizado por palestras sobre os temas e, paralelamente, montado um balcão de serviços, composto por vários estandes em que os diferentes agentes explicam o cenário econômico nacional e regional (empresas, bancos, fundações etc.) e mostram como os empresários podem se preparar para exportar. O 105º encontro será realizado, no próximo dia 04 de maio no auditório do Aquarius Selva Hotel e as inscrições já se encontram disponíveis pelo site http://www.encomex.desenvolvimento.gov.br/Cadastro_Feiras/inscricao.php . Caravanas do interior do Estado de Rondônia estão sendo organizadas para comparecer ao evento.
Fórum Nacional do DNRC
O Departamento Nacional de Registro e Comércio –DNRC está realizando, neste final de semana, em Belém do Pará, o primeiro Fórum Nacional do DNRC. Na pauta a divulgação da lei geral de micro e pequena empresa, além de reuniões entre secretários e autoridades e diretores das juntas. Destaque também para o Projeto de Lei nº 6529/06, que, se aprovado, vai criar a Rede Nacional para Simplificação de Registro e Legalização de Empresas, o REDESIM. Nesta rede está prevista a centralização das juntas comerciais e dos órgãos envolvidos no processo de registro num sistema integrado de Internet. Vai ficar mais fácil realizar consultas e reduzir o tempo de abertura de empresas. Para o diretor do DNRC, Luiz Fernando Antônio, o papel das juntas comerciais é fundamental na operacionalização do REDESIM. E a realização do Fórum será de extrema importância para a troca de experiências entre as juntas e a busca de resolver os principais gargalos que emperram a ação eficaz das juntas.

INTERSEÇÃO AMAZÔNICA nº 2

É a Taxa de Juros, estúpido.
Os dados de janeiro do PIM (Pólo Industrial de Manaus) mostram um crescimento de 35% no faturamento de janeiro, em relação ao ano anterior, com o valor de US$ 1.447 bilhão em vendas. Embora o bom desempenho do mercado interno seja animador, as indústrias locais tiveram um desempenho negativo de 8,75% no comércio exterior. Em janeiro, as indústrias do Amazonas venderam apenas US$ 101. 961 milhões, contra US$ 111.738 milhões comercializados em igual período do ano anterior. Os efeitos negativos da valorização do real são visíveis no setor eletroeletrônico de consumo. As 2005, as exportações perderam o fôlego, situando-se em US$ 696,98 milhões. É uma queda pequena ainda: só 2% em relação a 2004, segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), mas foi o primeiro recuo nas exportações em três anos. Para Paulo Saab, presidente da Eletros “A valorização do real acentuou os problemas causados pelo ‘custo Brasil’, tirando competitividade da indústria”. Com o elevado custo Brasil e a falta de infra-estrutura não tornam possível remunerar a exportação com a taxa de câmbio atual, daí o pessimismo do setor.Segundo especialistas do setor eletroeletrônico de consumo, o dólar baixo poderia ter até um efeito positivo em termos de custos, em função dos componentes importados, mas a carga tributária e as deficiências do país eliminam toda e qualquer vantagem obtida pela queda no custo dos componentes. O real está entre 10% a 20% mais valorizado do que as moedas da Rússia, Coréia, Índia, México e China e o motivo, sem dúvida, repousa na taxa de juros, uma das mais altas do mundo.
Faltam profissionais em informática
A maior empresa mundial de serviços em software, a TTS, é indiana e tem mais de 107 anos de existência. É uma gigante, comparável as maiores empresas brasileiras, e instalou-se no Brasil há dois anos empregando 600 pessoas e quer crescer. Sabe qual o problema dela? Falta de mão-de-obra. Seria de morrer de rir se não fosse muito mais para chorar. Os indianos se queixam de que sobram vagas e faltam tecnólogos o que, para eles, é um contraste com a abundância desses profissionais no seu país natal que faz com que a mão-de-obra tenha um custo muito menor. Mesmo assim pretendem dobrar ainda este ano o número de empregados que, para eles, é o que dá limite ao seu crescimento. A empresa, conhecida como Tata, segundo seu diretor comercial da filial brasileira, Carlos Alberto Elias, "Nossa intenção é aliar a grande capacitação que desenvolvemos na Índia, com a habilidade natural dos brasileiros e a alta criatividade profissional local no desenvolvimento de aplicações para conseguirmos escala de exportação de software para outros países". Pretendem qualificar pessoal para programas baratos para atender a Europa e os EUA.
Chuvas
Não é só em Porto Velho, Ji-Paraná e Candeias ou em Rio Branco que a chuva faz um estrago danado nas ruas e nas estradas. Em Manaus e Belém, inclusive Ananindeua, que obrigou o pessoal a usar botas e andar de barco. A grande diferença é de atitude dos administradores diante das inundações e dos buracos. Em Porto Velho, por exemplo, quando tapam os buracos como foi o caso na semana passada com uma grande operação na Jatuarana, uma bela imitação da sofrida BR-364, os funcionários da prefeitura jogavam literalmente asfalto nos buracos. De que adianta me perguntam os moradores de lá? Posso dizer como Lulla da Silva não vi e não sei. Porém aqui, no centro, vi e, realmente, colocar asfalto frio no buraco sem dar jeito na drenagem é jogar dinheiro fora. E não é crítica, mas um alerta para quem cuida da questão.
Nem Fórum escapa
Um fanático religioso, que se disse “apenas um seguidor de Jesus”, detonou dois coquetéis Molotov no Fórum “Henoch Reis”, no bairro do Aleixo, em Manaus, ferindo dois policiais feridos e destruindo parcialmente caixas de processos.Identificado como Ronaldo de Souza Brito, já havia sido preso por assalto e se encontrava em liberdade condicional. Afirmou que “Sou um seguidor da palavra de Jesus Cristo e não queria matar ninguém. Apenas dar um susto” — disse Ronaldo, aparentando distúrbios mentais. Segundo uma versão corrente como era obrigado a se apresentar uma vez por mês na 2ª Vara, o ex-detento teria se irritado com a situação e decidido explodir as Varas para manifestar seu protesto.
Ó Brasil....
Nem escapou direito da cassação, com o arquivamento do seu processo em que era acusado de ser operador do mensalão, o deputado federal Pedro Henry (PP-MS) afirmou que não abre mão da sua candidatura ao Senado e rechaçou a possibilidade de compor a chapa do governador Blairo Maggi (PPS) na condição de candidato a vice-governador. Quem pode, pode. Diz ele que só a vitória nas eleições vai reparar os prejuízos causados pelas acusações que sofreu. E capaz mesmo de, com dinheiro, ganhar. Já uma candidata ao governo do Rio com a estatura da juíza Denise Frossard não tem a menor chance. Não tem dinheiro.
Hackers em Roraíma
Os hackers, piratas de computador, segundo informou o delegado da Receita Federal em Roraima, Omar Rubin, estão atuando com mais freqüência em Roraima e enviando e-mail aos contribuintes como se a mensagem eletrônica estivesse sido produzida pela Receita Federal. A forma utilizada é a de mandar e-mail informando que o contribuinte está com pendências cadastrais, como o recadastramento do CPF 2004/2005 (Cadastro de Pessoa Física) e que a declaração do Imposto de Renda que apresenta problemas. No corpo do e-mail há um link com a seguinte mensagem: “clique aqui para baixar o programa de atualização cadastral”. O hacker dá um prazo de 15 dias para que o contribuinte regularize a situação, criando uma situação para amedrontar a vítima com a ameaça de bloqueio do CPF. Segundo o delegado “Quando o contribuinte clica nesse link desenvolve um trabalho de varredura dentro do computador na busca de dados econômicos fiscais, como número da conta corrente bancária, da poupança, de aplicações, declarações de anos anteriores e, posteriormente, o hacker terá a senha e movimentará a conta bancária da vítima”. O Delegado alerta, e vale para todo o país, que o contribuinte, ao receber qualquer e-mail tendo como origem a Receita Federal, não deve abri-lo e deletá-lo imediatamente, porque a Receita não envia e-mail para os contribuintes. E completou“Temos observado que o alvo é, de forma efetiva, contribuinte de poder aquisitivo alto”.

INTERCESSÃO Nº 1

Indicadores do Desenvolvimento da Amazônia
O Banco da Amazônia e a Agência de Desenvolvimento da Amazônia-ADA, no último dia 7 de março, assinaram convênio de Cooperação Técnica para criar uma base de dados e informações para a geração de um sistema de indicadores que permita o monitoramento do desenvolvimento da Amazônia nos seus múltiplos aspectos, social, econômico e ambiental. O trabalho será coordenado pelo Doutor em Desenvolvimento Sócio Ambiental do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia-NAEA, Adagenor Lobato Ribeiro, e pretende incluir todas as instituições interessadas no assunto. Na ocasião a apresentação que foi transmitida e assistida, por teleconferência para todas as gerências regionais onde se concentravam convidados das mais representativas instituições da Região, foi também lançada a Revista Técnica do Basa que recupera um antigo e importante meio de difusão da Ciência e Tecnologia regional.
Turismo cresce
No Amazonas o diretor comercial do Porto, Carlos Alexandre afirmou que em comparação “O número de escalas de navios vindos de Aruba, Barbados e Curaçao caiu de 25 para 20 neste ano, mas cresceu o número de turistas”. São estimados em cerca de 30 mil pessoas, entre passageiros e tripulantes dos cruzeiros, que vão visitar a cidade de Manaus até o fim da temporada. Até agora estima-se em cerca de 12 mil o número de turistas que desembarcaram, mas à média de gastos de cada passageiro tem se situado em torno de US$500,00, bem acima da medida internacional, enquanto os tripulantes ficam na media de US$100,00. A origem, mais de 60% é norte-americana, com a maior parte dos turistas restantes vindo da Europa. Já os tripulantes são, na sua maioria, das Filipinas.

Líder em computadores
O Positivo PCTV é uma inovação: um microcomputador com sintonizador de TV e leitor de DVD, rádio FM, tocador de MP3 e discador para internet, que atende ao usuário em termos de tecnologia e diversão doméstica. O seu sucesso é responsável por puxar as vendas de dezembro, quando a Positivo Informática bateu recorde de produção. 145.861 computadores vendidos no quarto trimestre de 2005 (95.780 a mais do que no quarto trimestre de 2004) e para os ainda mais surpreendentes 379.396 desktops vendidos em todo o ano de 2005 pela empresa, sendo: 50.886 PCs no primeiro trimestre, 85.739 máquinas no segundo trimestre e 96.910 no terceiro trimestre. Com um marketing agressivo que utiliza a SBT para penetrar nos segmentos de mais baixa renda nem poristo descuida da qualidade sendo certificada pelo ISO 9001 e ISO 14001, sua sede e fábrica ocupam área de 24 mil m² , em Curitiba, no Paraná. A Positivo Informática, do Grupo Positivo, o maior grupo empresarial de educação do Brasil, é referência em tecnologia educacional e lidera a fabricação de computadores no país. Para quem se interessa maiores informações são disponíveis no site www.positivoinformatica.com.br.
A Vez do Açaí
O açai já havia conquistado o mercado brasileiro. Hoje é comum nas principais cidades brasileiras, inclusive fora da Amazônia. Uma empresa americana instalada no Pará, em Icoaraci, a Bolt House, vai começar a exportar açaí processado, em tambores de 200 litros, para Estados Unidos e Europa. O principal motivo é o seu alto teor energético (247 calorias por 100 gramas) que faz do açaí um alimento altamente recomendável os atletas e esportistas por repor uma das fontes de energia do corpo, o glicogênio muscular.
Centro de Convenções
Falam muito em turismo em Rondônia. A questão é que o turismo existente, apontam todas as boas pesquisas, é o de negócio. Um filão não aproveitado. Não existe informação ou produto para as pessoas que chegam no Estado à negócio e também se perde muitos eventos e recursos por falta de ambiente adequado. Não existe, a rigor, um bom auditório com capacidade para 700, 800 pessoas em Porto Velho nem nas principais cidades do Estado. Nem se fala em construir. Nem um bom espaço para shows. Teatro? Nem pensar. As ruínas da Presidente Dutra daqui a pouco farão decenais aniversários.
O Cético
A descrença no parlamento não cresce só por causa da pizzaria gigantesca que montaram. Vejam, por exemplo, que o pretenso candidato a presidente do PDT, senador Jefferson Péres (PDT-AM), apresentou requerimento para a realização de um debate sobre a internacionalização da Amazônia, mas propôs o encontro preocupado com a opinião pública. É dele a afirmação de “Que a ameaça não existe, mas milhões de pessoas acreditam, então vamos discutir, vamos saber em que medida ela existe, mesmo que remotamente". Pelo jeito Jefferson ignora a aprovação dos arrendamentos da Amazônia, a biopirataria, o saque de madeiras e minério e as reservas indígenas controladas por missionários estrangeiros.