INTERSEÇÃO AMAZÔNIA

Uma coluna de comentários gerais sobre assuntos da Amazônia e/ou que tenham interesse ou impacto sobre a Região.

Wednesday, June 21, 2006

INTERSEÇÃO AMAZÔNIA TERÇA 20.06


O presidente é imbatível na quantidade de sandices que diz quando se solta, insuflado pelos aduladores”.
(Miriam Leitão, jornalista de “O Globo” sobre Lulla da Silva e seus discursos de improviso).

PRÊMIO DO CERRADO
No meio de tantas notícias ruins surge uma mostra da capacidade brasileira reconhecida no exterior. O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou o nome dos três ganhadores do Prêmio Mundial de Alimentos, cognominado informalmente de "Nobel da Alimentação", entre os quais dois brasileiros são agraciados: o ex-ministro da Agricultura do governo Geisel, Alysson Paulinelli, o grande responsável pela criação da Embrapa-Empresa Brasileira de Pesquisas Agrícolas), e o ex-diretor técnico do Centro de Pesquisas da Embrapa, Edson Lobato.
O terceiro ganhador é o norte-americano Colin McClung, pesquisador do Instituto Internacional de Pesquisas dos Estados Unidos. O prêmio contempla as contribuições mais relevantes para obter avanços na qualidade, quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo. O fato é auspicioso não somente porquê Paulinelli e Lobato são os primeiros brasileiros a receber a premiação, mas também por reconhecer o desenvolvimento do Cerrado brasileiro como uma das maiores conquistas da ciência agrícola no século 20. Acrescente-se que o cerrado foi ocupado contra a vontade norte-americana, inclusive com o uso e abuso de ONGs contra sua utilização, porém é responsável na atualidade por cerca de 38% da produção nacional de grãos tendo sido essencial para mudar a agricultura brasileira e tornar o agronegócio importante para a balança externa do País. Ainda mais: responde por 20% do território brasileiro e é uma das savanas mais ricas do mundo em biodiversidade. No entanto ainda tem uma parte de sua superfície muito pequena ocupada produtivamente e não é mais competitiva por causa dos problemas de infra-estrutura. Ó país!
BOM EXEMPLO
Enquanto, em Rondônia, o setor Madeira & Móveis escorrega em mil dificuldades técnicas, de crédito e burocráticas, hoje, na estrada do Tarumã, em Manaus, próximo aos prédios do Sipam/Sivam -Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia, está sendo lançada a pedra fundamental do Distrito de Micro e Pequenas Empresas de Madeira e Móveis que representa um investimento de R$ 10 milhões, e deve gerar de imediato 250 empregos diretos e outros 750 indiretos. O empreendimento é uma parceria que envolve os governos estadual, federal e municipal, além de uma rede de órgãos instituições e associações privadas com o objetivo ampliar a competitividade das empresas locais com capacitação de mão-de-obra, desenvolvimento de design e melhoria da oferta de produtos. Numa área de 105 mil metros quadrados, o Distrito Industrial de Micro e Pequenas Empresas pretende ter um complexo de 24 lotes urbanizados e 24 galpões industriais de 450 metros quadrados. Na área comum do empreendimento haverá uma central de secagem, unidade de tratamento de efluentes líquidos e resíduos sólidos. E também vai contar com um Centro Tecnológico Integrado de Madeira e Móveis composto de quatro salas de aula, um laboratório, núcleo de informática, almoxarifado e escola de marcenaria, terá capacidade para atender a 500 alunos. As obras incluem construção de rede elétrica, sistema de abastecimento de água, terraplanagem, pavimentação, drenagem pluvial, e guarita.
INDIOS SUPERIORES
Para os que adoram tutelar índios o bom exemplo vem do Mato Grosso. Lá foram diplomados, no último dia 07 de junho, 198 índios pela primeira turma do projeto Terceiro Grau Indígena, da Universidade Estadual de Mato Grosso -Unemat. É bem verdade que, grande parte, dos diplomas ainda estavam todos muito bem guardados. Entregues num envelope plástico - para evitar que ficassem marcados pelas pinturas corporais de seus destinatários - muitos deles continuavam assim, intocados, mesmo depois da cerimônia de colação de grau. Pioneiros na América Latina, os novos professores indígenas têm a grande responsabilidade de fazer florescer, na prática, os objetivos que motivaram a implantação do curso em 2001. Mais do que uma oportunidade de formação superior, o projeto representa a oportunidade de mudança nas bases da educação indígena dentro de uma perspectiva que visa assegurar uma formação voltada para a realidade indígena e sua cultura, para que as futuras gerações vivam e trabalhem conservando suas tradições. Não se pode, porém deixar de ressaltar que a formação de uma grande massa de índios em nível superior só pode ser importante para assegurar maior controle dos índios sobre suas próprias reivindicações e demandas.
REFLEXOS DA CRISE
O que, no Mato Grosso, foi criado como uma solução para o asfaltamento de pequenos trechos em pontos estratégicos para o escoamento da safra agrícola – ligando cidades ou garantindo o acesso as rodovias federais (as BRs) – os consórcios rodoviários que surgiram de uma entre governo estaduais, produtores e prefeituras municipais se transformam,a gora, em problema com a crise agronegócio. Como os produtores ficaram sem recursos os reflexos estão sendo detectados no atraso e paralisação de obras de pavimentação em várias regiões do Estado. Os investimentos previstos em R$ 194 milhões, no período de 2003 a 2005, sofreram paralisações com pouquíssimas obras em andamento. Ao todo, foram contratados nos últimos anos mais de 50 projetos por meio do sistema de consórcios em rodovias estaduais, as MTs. Muitos destes projetos tiveram que ser revistos e readaptados à situação atual dos municípios e dos produtores, enquanto outros simplesmente tiveram que ser cancelados ou estão temporariamente suspensos. O problema maior é que o Governo do Estado precisa do apoio do setor privado e dos municípios com a crise o ritmo das obras diminuiu e é possível que alguns tenham que ser, efetivamente, cancelados. Talvez, com novas parcerias, os mais importantes possam ser feitos, no entanto todos se ressentem da queda de recursos, daí a desaceleração das obras e os problemas que estão enfrentando asfaltamentos que já haviam sido iniciados.

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