INTERSEÇÃO AMAZÔNIA

Uma coluna de comentários gerais sobre assuntos da Amazônia e/ou que tenham interesse ou impacto sobre a Região.

Thursday, June 15, 2006

“Os bons vi sempre passar/No mundo graves tormentos./E para mais me espantar/Os maus vi sempre nadar/ Em mar de contentamentos”
(O poeta Camões não conheceu Rui Barbosa e muito menos andou pelo Brasil atual).

MUY AMIGO
A indiscutível amizade entre Evo Morales e Lulla da Silva está amplamente demonstrada. O Decreto Supremo diz que terão taxa extra jazidas com produção diária superior a 100 milhões de pés cúbicos - o que só é o caso dos campos de San Alberto e San Antonio, de onde a Petrobrás retira metade do volume do gás natural importado pelo Brasil, logo a tributação para 82% decidido pelo presidente boliviano somente atinge campos operados pela Petrobras. No entanto Lulla depois de afirmar que “uma nação não pode tentar impor sua soberania sobre as outras" voltou atrás e disse que "Reconhecemos o papel da Bolívia de definir sua soberania sobre suas riquezas minerais. (...) O Brasil não quer hegemonia, quer parcerias". No fundo se comporta ao sabor do momento. Uma hora diz que a Petrobrás não investe mais lá e depois volta atrás. Somente deixa transparecer o que já se sabe: não tem uma estratégia de ação. Levou uma volta e mesmo assim não cuida de acelerar investimentos, como o do gasoduto de Urucu, que reinjeta no solo 90% de sua produção e poderia, numa hora dessas, junto com o gás venezuelano, ser uma alternativa viável.
PASSAGEM DE ÔNIBUS MAIS CARA
Desde sexta-feira os usuários do transporte coletivo, na Região Metropolitana de Belém, estão pagando mais caro pela passagem de ônibus. O novo valor da passagem é de R$ 1,35 para qualquer lugar na Grande Belém. O valor da meia-passagem foi fixado em R$ 0,65, preço abaixo da metade da tarifa. O prefeito Duciomar Costa assinou o Decreto Nº 50.980/06 que elevou o preço da tarifa de coletivo urbano em R$ 0,10, contrariando os cálculos do Conselho Municipal de Transportes que aprovou, em abril, o valor para R$ 1,48 para a passagem e os empresários, que queriam que a tarifa ficasse ao menos em R$ 1,58. O prefeito de lá afirmou que “Jamais concordaria com um valor maior que o concedido porque sabe que a população de baixa renda é a mais afetada por qualquer tipo de reajuste”. Enquanto, em Rondônia, principalmente em Porto Velho se paga uma das mais caras passagens do país. Bom, pelo menos, agora, nós temos uma praça bonitinha...Com o patrocínio de Furnas, de fato, uma força para o Brasil.
PALMITO? AH! PALMITO.
No município de Barcelos, a 405 quilômetros de Manaus em linha reta, no Alto Rio Negro, será instalada uma nova indústria de beneficiamento de palmito, quase 15 anos depois do fechamento da unidade anterior, a Jauari Agro Industrial. O projeto é da Cooperativa Mista Agropecuária de Iranduba -Cooapir, com financiamento do Governo Estadual, por meio da Agência de Fomento do Estado do Amazonas-Afeam (lá tem dessas coisas), de R$ 1.204.854,19. A primeira parte desse investimento – R$ 251.433,61 – foi repassada para recuperação das instalações que serão as da antiga Jauari, localizadas em um terreno de 1,75 milhão de metros quadrados. No bairro de Nazaré, na sede municipal, já estão em fase de recuperação das estruturas e a limpeza, atividade que envolve cerca de 30 pessoas. Palmito me traz a lembrança de outra cooperativa, a Cooperama, que não se ouve mais nem falar nem se sabe que fim levou embora também estivesse programado industrialização de palmito e até exportação. Pode ser até que sobreviva, mas não dá o menor sinal de vida, bem ali depois de Itapoã do Oeste. Que há palmito, há.
TRÁFEGO COMPLICADO
A Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC/MT) calcula que mais de oito mil caminhões e carretas tiveram o tráfego impedido em razão dos protestos do movimento Grito do Ipiranga, deflagrado no dia 1º na região de Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá). Desde então, cerca de 300 mil toneladas (t) de produtos e cargas fracionadas -- grãos, industrializados, combustíveis, carnes e madeiras -- deixaram de sair diariamente do Estado. Autônomos e transportadoras calculam perdas diárias de R$ 12 milhões, que até ontem somavam R$ 48 milhões. O movimento contra a falta de uma política ao setor por parte da União entrou no 13º dia pelo Estado e no 19º dia desde o nascimento do movimento, no dia 17, em Ipiranga do Norte (162 quilômetros de Sinop, ao Norte estadual). RODANDO COM PREJUÍZO
O diretor executivo da ATC/MT, Miguel Mendes, afirma que “Somente nestes dias de manifestos a demanda por caminhões caiu em 90%”. Ainda assegura que o descasamento entre receita e despesa (como ocorre no agronegócio) é ponto “x” dos manifestos por estar obrigando as empresas e os autônomos a trabalhem com perdas de 20% sobre o custo de operação. “De um frete de R$ 1 mil, por exemplo, somente os custos com óleo diesel consomem cerca de R$ 500 a R$ 600, o restante, cerca de R$ 400, não é suficiente para cobrir os outros custos da planilha, como manutenção do caminhão e salários. Precisaríamos de uma recuperação de 20% da margem de lucro para empatar despesa e receita”. Ele acrescenta que depois de duas safras ruins ao Estado há uma oferta de frete maior que a demanda, “e isso derruba os preços ainda mais”. Os protestos em Rondonópolis também impedem a entrada e saída de grãos e produtos das esmagadoras instaladas na cidade. Mendes explica que tratores impedem o trânsito habitual nas multinacionais, de forma que “Permanece operando quem tem estoques, mas não escoa o farelo e nem o óleo de soja produzidos. Com o impedimento dos descarregamentos do grão, a paralisação temporária é inevitável”.

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