INTERSEÇÃO AMAZÔNIA

Uma coluna de comentários gerais sobre assuntos da Amazônia e/ou que tenham interesse ou impacto sobre a Região.

Thursday, June 15, 2006

INTERSEÇÃO AMAZÔNIA

“Por mais que os petistas alardeiem o contrário, o Brasil é excepcionalmente carente em matéria de neoliberais, golpistas e udenistas. Tanto que, em toda a crise do mensalão, de julho do ano passado até agora, só nove tresloucados apresentaram pedidos de impeachment contra Lu(l)la”.

(Diogo Mainardi, jornalista, que pediu o impeachment de Lulla da Silva copiando o documento que serviu de base ao impeachment de Collor).

Desnudando a vergonha do gás

A crise do gás boliviano tem um componente que merece pouca atenção da imprensa nacional sempre apressada em noticiar os males da Amazônia. Não se fala absolutamente nada sobre a completa falta de visão que representa o adiamento sistemático, não somente neste como no governo passado, do aproveitamento do gás de Urucu que aproveita apenas 10% do que se retira do solo utilizado. Pasmem! Do gás produzido, retirado 90% continua sendo reinjetado para não ser perdido com um enorme prejuízo enquanto pagam fortunas para produzir por meio das termoelétricas, vide Termonorte, a Guascor, o consumo do Estado do Acre (que não é nada ecológico na questão) e em muitas outras regiões da Amazônia nas quais se utiliza a geração de energia termoelétrica. O nome disto é um só: descaso. Descaso que se transforma em antipatriotismo quando se investe em gasodutos na Bolívia para ter os problemas previsíveis que se está tendo e não se investe aqui, apesar de estarmos desperdiçando tempo e dinheiro. Se o castigo antes vinha a cavalo, agora, o castigo vem via televisão e Internet. É praticamente instantâneo. E com dirigentes como Evo Morales e Chávez acompanhado de enorme propaganda e doses maciças de um nacionalismo arcaico e xenófobo. Lulla da Silva até para escolher amigos internacionais não tem muito gosto.

A Doutrina Simão

A explicação que o presidente do INSS, Valdir Moysés Simão, deu para a Rede Globo de que as filas do órgão se devem a uma “questão cultural” dado que “o segurado tem receio e acaba chegando muito cedo” é um retrato do descaso com os contribuintes. Algo semelhante ocorre com as filas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica que haviam sido eliminadas das calçadas e da Presidente Dutra, em Porto Velho, por uma organização interna que mereceu os maiores elogios. No entanto estranhamente as filas voltam. Deve ser mesmo “questão cultural”. As filas do Banco do Brasil, certamente, são. É incrível como um banco consegue ser tão eficiente e moderno em certos pontos, o atendimento eletrônico é um deles, e tão atrasado em outros. É impossível, exceto com enorme sofrimento, se pagar qualquer coisa que exija uma ida aos seus caixas e, em alguns dias, mais concorridos os caixas eletrônicos sempre dão problemas aos pares. Por sinal na véspera de um desses feriadões a irritação dos clientes era enorme porquê, inexplicavelmente, só um caixa eletrônico aceita depósitos na agência que cuida de pessoas jurídicas e institucionais. Sete pessoas esperavam impacientemente um Office-boy que colocou uns quinze envelopes de depósito no caixa nem sempre com a devida competência e velocidade. A razão para só ter um caixa que aceita depósito até agora ninguém soube explicar, inclusive o atendente do setor que, pelo menos, foi sincero e disse que não sabia.

Incompetência Endêmica

Doenças que pareciam erradicadas como tuberculose, a dengue e a malária no governo Lulla da Silva, graças ao descaso com a prevenção, voltaram com força total. Mesmo com as estatísticas sanitárias deficientes que o país tem os dados apontam para o recrudescimento da malária que dos 350 mil casos observados, em 2002, voltaram ao patamar acima dos 600 mil pertencentes ao século passado. A questão se torna ainda mais grave quando se verifica que houve um crescimento acima de 200% nos Estados do Amazonas, Rondônia e Acre e, concomitantemente, os recursos destinados a combater, por exemplo, a malária aumentaram em 25%, ou seja, piorou mesmo foi a gestão da saúde com a identificação rápida dos casos e as medidas profiláticas que antes sempre foram tomadas. O problema não é, portanto da doença ser endêmica e sim a incompetência.

È a Pré-Empresa

O presidente do SIMPI/RO, Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de Rondônia, Leonardo Heuler Calmon, que sempre costuma estar na vanguarda dos movimentos pela micro e pequena empresa chama a atenção para o fato de que a Lei Geral não somente tirou o foco como tornou completamente esquecida a idéia de maior atenção as “pré-empresas”. Para Leonardo, na atualidade, com a imensa carga tributária, os problemas de capital de giro e os custos da mão de obra e da formalização, seria indispensável que se criasse uma legislação específica que dê um certo tempo para as empresas se estruturarem antes de começar a ter condições de pagar por sua existência. Na prática sua visão é a de que o governo somente teria a ganhar se estabelecesse condições diferenciadas para quem começa como um incentivo ao empreendedorismo e uma forma de retirar o empresariado da informalidade. Há diversas sugestões a respeito e, efetivamente, é uma idéia fértil que merece maior atenção das autoridades e parlamentares.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home