INTERSEÇÃO AMAZÔNIA

Uma coluna de comentários gerais sobre assuntos da Amazônia e/ou que tenham interesse ou impacto sobre a Região.

Thursday, June 15, 2006

INTERCESSÃO AMAZÔNIA

"Todos os que pretendem predizer ou prever o futuro são impostores, pois o futuro não está escrito em parte alguma, está por fazer”.
(Michel Godet, sobre a impostura dos que falam em nome do porvir).

DE CIMA PARA BAIXO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou em mais 60 mil hectares os limites da Reserva Biológica do Jarú que passa a possuir, agora, aproximadamente 350 mil hectares. A medida, como é comum em relação à Amazônia, foi tomada de cima para baixo sem considerar que a área já era ocupada desde 1977. Ou seja, os limites da reserva, que antes faziam divisa com propriedades privadas, se estenderam até o Rio Machado engolindo os direitos dos proprietários sob a alegação de que a ampliação deverá facilitar a fiscalização e a prevenção de invasões. As áreas desapropriadas com a ampliação serão indenizadas. Há!Há!Há! A reserva é fonte de grande riqueza biológica, pois apresenta espécies diversas de macacos, guaribas, micos, tamanduás, jacarés e tartarugas, mutuns e jacamins da região. Estudos apontam que possui cerca de duas mil espécies de peixes e foi considerada pelo governo como prioritária para a conservação. Criada em julho de 1979 para proteger amostras representativas da floresta amazônica, a reserva do Jarú possui também uma área de transição do bioma Amazônia para o Cerrado. É caracterizada pelo predomínio de Floresta Fluvial com cobertura vegetal do tipo Floresta Tropical Aberta com Palmeiras. Ninguém é contra a defesa do meio ambiente, mas qual a razão pela qual que é sempre feita à força?
MAPA DAS RIQUEZAS MINERAIS
O Estado do Amazonas passa a contar, a partir do próximo dia 30 de maio, com o mapa geológico dos recursos minerais do Estado, que será lançado durante a realização do Seminário de Geodiversidade da Amazônia. A iniciativa inédita é da Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas-CIAMA, com o apoio da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil-CPRM, ligada ao Ministério de Minas e Energia, que cedeu geólogos e outros profissionais técnicos para sua realização. O presidente da empresa, Aluízio Barbosa, explica que com o mapa se abrem oportunidades para se explorar as riquezas minerais amazonenses. “Tínhamos de buscar investidores, mas era preciso saber como ordenar a questão. Uma grande interrogação era quando pessoas de fora do Estado manifestavam interesse em nosso potencial mineral e não tínhamos como responder. Agora, estamos preparados para isso”. A Ciama se encarregou do financiamento e da administração do estudo, que não chegou a ter grandes dificuldades em função de a própria companhia e da CPRM dispor de dados preliminares como fotos de satélite e bancos de dados. Em termos práticos, o novo mapa representa uma fonte de pesquisas e um investimento do governo. “A partir deste trabalho o poder executivo poderá ordenar melhor as atividades de exploração, aplicar legislações especificas e atrair investidores”, diz o presidente. O estudo será disponibilizado no site da Ciama (www.amazonas.am.gov.br).
PROECOTUR
O Ministério do Meio Ambiente, como mais uma fase de implantação do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia-Proecotur, contratou um consórcio de empresas para a elaboração do Estudo de Mercado do Turismo Sustentável para a Amazônia, que deverá ser concluído em outubro. O estudo visa fornecer informações sobre os produtos e destinos turísticos da região. O perfil dos consumidores e o mercado potencial para o turismo na Amazônia também serão identificados com mais precisão, assim como os principais destinos concorrentes no cenário internacional. O objetivo é buscar subsídios para a construção da Estratégia de Turismo Sustentável para a Amazônia Legal, o próximo passo do Proecotur. O consórcio vencedor da licitação é composto pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas-Fipe da Universidade de São Paulo (USP), IPK International e Ruschmann Consulting. O grande problema é que se estuda, se estuda e de concreto nada se faz para resolver os dois grandes problemas de todos conhecidos: a) visitar a região implica em custos maiores; b) falta de infra-estrutura, inclusive das unidades de conservação. Os dois parques nacionais abertos para visitação em áreas de floresta: o da Amazônia, no Pará, e o do Jaú, no Amazonas. Juntos, receberam menos de 500 visitantes em 2005.
BOM SINAL
A Prefeitura de Porto Velho, em silêncio, mas sabiamente, reviu os erros cometidos na nova Praça das Caixas D’Águas. É o que se presume do fato de ter colocado as novas lixeiras que, por sinal, estão bonitas e adequadas. Poderia também repensar, rapidamente, a questão das artérias centrais que cedeu à União de forma apressada pensando que está se livrando de um problema e criando vários outros. Basta verificar que as constantes “blitzes” da Polícia Rodoviária Federal, embora por um lado tenha um efeito educativo, na prática, tem criado imensos problemas para veículos e motoristas. Principalmente sendo a Jorge Teixeira via de acesso ao aeroporto não é nada salutar, nem agradável, ser parado por patrulheiros que examinam sem a menor pressa ou preocupação documentos e estado dos veículos. Lógico que, quem já não está contente com os buracos da cidade, debita mais isto na conta do prefeito. E desnecessariamente.
AGORA VAI
O inicio da obra de instalação do gasoduto da bacia petrolífera de Urucu (AM) a Porto Velho deve ocorrer no próximo mês. Pelo menos é o garante a ministra Dilma Roussef que prometeu que “Irei a Porto Velho para o lançamento do gasoduto ainda no primeiro semestre”. Para ela, o gasoduto é obra prioritária do Governo Federal, e a única pendência de desapropriação das áreas da faixa de servidão, espaço de terra sobre o gasoduto, que deve estar devidamente sinalizada e demarcada, está sendo resolvida pela Petrobrás, conforme anunciou a ministra, estando tudo plenamente acordado com a Agência Nacional de Petróleo. Assim, agora, se espera que o projeto enfim saia do papel. A obra do gasoduto se tornou fundamental para o país com a crise da Bolívia e sempre foi importante para o desenvolvimento estadual por propiciar a realização de muitos outros projetos, como, por exemplo, um centro de formação tecnológica para uso do gás, capacitando pessoas a trabalhar com este tipo de energia contribuindo a geração de emprego e renda de Porto Velho.
NÃO É BRINCADEIRA
Há uma guerra estrangeira no Brasil. Em Santarém se instalou um clima de apreensão, e até medo entre os funcionários, diante das ameaças de invasão pelo Greenpeace à empresa Cargill Agrícola depois da notícia de suposta invasão ser veiculada em uma emissora de rádio local, várias pessoas, sobretudo, produtores, se dirigiram até à sede da empresa para manifestar apoio à Cargill e impedir a ação. O gerente comercial da multinacional, Antenor Giovanini, garante que se trata de um alarme falso. No entanto , uma lancha do grupo ativista despertou a atenção de funcionários da empresa que acionaram a Polícia Militar, porém, não houve qualquer investida contra o píer da Cargill mesmo tendo circulado uma nova ameaça de invasão também considerado alarme falso. De concreto há um barco que ronda o porto da empresa exibindo uma faixa com a frase: “Fora Cargill”. Apesar da campanha do grupo ativista contra a permanência da empresa no Município, Antenor Giovanini afirmou que a presença do Greenpeace não intimida a empresa, que está mais preocupada com o setor agrícola, que sofre com problemas para escoar a produção do Mato Grosso para Santarém. Giovanni, em nome da empresa, afirmou que “Nós não estamos preocupados com o Greenpeace. Queremos garantir o cumprimento dos nossos contratos e continuar contribuindo com o desenvolvimento econômico desta região. Essas ameaças surgem a cada dia e nos últimos dias, um barco tem rondado nosso terminal, mas é só isso. Não houve nenhuma investida de fato e esperamos que também não ocorra, porque se houver certamente vamos tomar as providências necessárias que o caso requer”.

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