INTERSEÇÃO AMAZÔNIA

Uma coluna de comentários gerais sobre assuntos da Amazônia e/ou que tenham interesse ou impacto sobre a Região.

Sunday, June 18, 2006

INTERSEÇÃO AMAZÔNIA Domingo 18.06


“É pelo futebol que as pessoas do povo aprendem que a regra vale mesmo para todos”.
(Roberto DaMatta, antropólogo especializado em captar a alma brasileira).

NEM PARA TODOS
A informação parte da própria Agência Brasil que noticia que, no Amazonas, cerca de 5,6 mil comunidades rurais não têm fornecimento regular de energia elétrica. . Nesses locais, os ribeirinhos estão se mobilizando para conseguir óleo diesel suficiente para poder ter o funcionamento da televisão ou até do rádio durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo. É o assessor estadual do Luz Para Todos, Joel Nascimento, quem afirma"Noventa por cento dessas comunidades têm geradores de baixa potência (de 15 e 40 KVA), que funcionam apenas de quatro a seis horas por dia" e que "Dependendo da potência do gerador, ele gasta de um a dois litros de óleo diesel por hora". E complementa que são comunidades cuja população varia de 30 a 200 famílias onde "O combustível para o gerador é comprado pelos moradores ou, em geral, doado pela prefeitura. Há casos também em que o governo do estado assume esse compromisso."Integrante do Conselho Nacional dos Seringueiros -CNS, Erivan Almeida conta que o "costume" são as comunidades terem energia das 18 horas às 22 horas para que as escolas possam funcionar à noite. "Para ligar o motor de luz durante o dia e nos fins-de-semana a prefeitura não fornece o combustível". Como se sabe o programa Luz para Todos se propôs a universalizar o fornecimento de energia elétrica a todos os brasileiros até 2008. No Amazonas, a meta é beneficiar 81 mil famílias , segundo a coordenação estadual, foram atendidas apenas 11,3 mil já foram atendidas. Erivan Nascimento explicou que poucas dos ribeirinhos foram atendidos porque"Primeiro estamos trabalhando nos locais até onde pode chegar a rede convencional de transmissão de energia elétrica. Depois é que partiremos para atender as comunidades rurais, com a construção de pequenas usinas ou com a implementação de energia renovável, biodiesel ou energia solar, por exemplo." Ou seja, vale a máxima presidencial “Vamos fazer o fácil que o difícil é difícil”.
BATIZARAM O ROBÔ
Um robô de tecnologia inteiramente nacional resultado de 14 meses de trabalho da equipe do Cenpes-Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás, que será utilizado na coleta de informações e transmissão de dados em tempo real do projeto Piatam foi apresentado ao público, na última terça-feira, no auditório do Instituto de Tecnologia Genius, situado no Distrito Industrial de Manaus. Segundo o coordenador do laboratório de robótica do Cenpes, Ney Salvi, durante a palestra de apresentação, os robôs ambientais híbridos são “Uma inovação tecnológica com capacidade de locomoção e trabalho sofisticado em áreas inundadas”. Batizado com o nome de “Chico Mendes” - o protótipo tem estrutura oval composta de fibra de vidro e acrílico, câmeras de vídeo, braço robótico destinado à coleta de imagens e amostras, e bateria fotovoltaica que permite uma autonomia por até três horas de trabalho intermitente. Também é capaz de se deslocar sobre áreas alagadiças e vencer obstáculos em terra firme ou sobre a água, o “Chico Mendes” vai possibilitar a visualização e transmissão de mensagens e informações em tempo real de ecossistemas em áreas de difícil acesso com a vantagem de não colocar vidas humanas em risco. A FEIRA DO EMPREENDEDOR POPULAR
O nome Feira do Empreendedor Popular é ruim. Foi, na verdade, uma solução de emergência para tirar os camelôs das ruas. E ocuparam toda a praça, na Rogério Weber por trás dos Correios, local que já era mal utilizado como estacionamento. E o que querem fazer não é uma feira, mas um local permanente. Não ficou bom, principalmente porque ocuparam todo o espaço, lotando o local de “empreendedores populares”. Como solução temporária é até aceitável, porém duvido muito que funcione. A questão objetiva, e alguns dos contemplados já começam a reclamar, é que a localização dos camelôs nas praças e locais públicos tem uma forte razão econômica: as pessoas passam, obrigatoriamente, por esses locais. Não é o caso da nova feira que tem que atrair seus clientes. Por enquanto até que, para muitos, os resultados de vendas não tem sido dos piores, porém há os que sentem saudades dos antigos locais tanto que os mais rápidos já se movimentam em busca de outro tipo de solução. Também as tendas, com suas cores vermelhas e azuis, embora chamativas, não parecem ser bem adaptadas ao calor. Ali, em especial durante à tarde, sem nenhuma árvore, é duro de suportar e não convida ninguém a ir até lá. De qualquer forma vamos esperar mais para ver qual serão os desdobramentos.
MOSTRAVÍDEO ITAÚ CULTURAL
No próximo dia 19, começa no IAP e vai até o dia 23, em Belém do Pará, a Mostravídeo Itaú Cultural abrirá com quatro videopops de brasileiros, alguns co-produzidos com outros países. Leituras (Brasil/França, 2005), de Consuelo Lins, com fragmentos de leituras por passageiros nos metrôs e trens da França, captados por uma câmera de celular; Filmes De Bolso Para Viajantes: Volume 001 (SP, 2004), de Juliana Mundim, uma longa viagem por vários países. The Elephant Cage (Brasil/Alemanha, 2005), de Márcia Vaitsman, documenta Okinawa, uma ilha cercada pelo tempo. Em Sertão De Acrílico Azul Piscina (SP, 2004), Karin Ainouz e Marcelo Gomes mostram lugares remotos do sertão brasileiro, que revelam tradições e costumes regionais e globalizados. No dia 20 serão apresentados vídeos de viagem de Robert Cahen. Seu trabalho atualiza para o universo eletrônico a obra dos grandes pintores paisagistas. Cahen produziu Cartes Postales Vidéo (França, 1986) em parceria com Stéphane Huter e Alain Longuet. No trabalho mostra o que está por trás dos clichês de cartões-postais. Em Voyage D’Hiver (França, 1993), mostra uma poderosa viagem visual pela Antártida. Já em Plus Loin Que La Nuit (França, 2005), ele aborda impressões humanas de Hanoi. Falta, em Rondônia, iniciativas semelhantes.

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